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Sisema ComCiência: edição especial debate impacto da mudança climática nos recursos hídricos do Brasil


Apresentação mostrou efeitos da mudança climática na gestão dos recursos hídricos no país
Uma edição especial do Sisema ComCiência, relativa à programação da Semana da Água 2024, organizada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), debateu, nessa terça-feira (19/3), o impacto da mudança climática nos recursos hídricos no Brasil. A apresentação foi conduzida pela Superintendente de Estudos Hídricos e Socioeconômicos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Ana Fioreze.

 

A abertura do Sisema ComCiência foi realizada pelo diretor-geral do Igam, Marcelo da Fonseca. Marcelo celebrou os 25 anos da política mineira de recursos hídricos, mas lembrou da preocupação em lidar com as mudanças climáticas, reforçando a importância de fazer reflexões e questionamentos acerca do tema. O diretor-geral afirmou que os efeitos do clima estão interferindo diretamente na estrutura de gestão, baseada em alguns parâmetros como séries históricas de vazão, chuva e temperatura.

 

“A pergunta que fica é: como fazer gestão de recursos hídricos a partir desse novo cenário, muitas vezes imprevisível? Começamos a ter que lidar com algo que, até então, era desconhecido. A gente fica sujeito a essa variação para além do que já estava previsto dentro dos nossos estudos, com margens de erro associadas à natureza dos fenômenos que trabalhamos. Mas essas margens de erro agora já não representam tanta segurança assim”, disse Marcelo.

 

Ana Fioreze iniciou sua apresentação destacando um estudo sobre potenciais impactos da mudança do clima nos recursos hídricos. Lançado em 31 de janeiro, o documento formulado pela ANA irá ajudar a incorporar a questão do clima em todas as camadas da sociedade, políticas públicas e níveis de governo e integra, também, diferentes planos de recursos hídricos, como estaduais e de bacias hidrográficas.

 

Ana chamou a atenção para as tendências de futuro registradas no estudo e que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) identificou. A tendência mais otimista, por exemplo, mostra que os governos precisam fazer adaptações por impactos causados pela mudança climática, uma vez que o estudo indica 1,5ºC de elevação de temperatura de média global.

“Mesmo que façamos tudo certinho a partir de agora, a gente já tem adaptações a fazer por impactos causados pela mudança do clima que vão requerer medidas de adaptação. Os outros cenários vão sendo cada vez mais pessimistas”, alertou a superintendente, explicando possíveis cenários de alterações do clima com impactos na disponibilidade hídrica das principais bacias brasileiras.

 

Como a mudança climática afeta os recursos hídricos?

 

Ana Fioreze explicou que a mudança climática afeta a temperatura, a evaporação e a circulação dos ventos. Desta forma, a precipitação e todo o ciclo hidrológico ficam comprometidos, atingindo, assim, a disponibilidade hídrica, pois haverá menos vazões e escoamentos, afetando o balanço hídrico como um todo.

 

“Em algumas situações, temos visto temperaturas maiores, que significam maior evaporação e atmosfera mais aquecida, então ela consegue segurar uma quantidade maior de umidade, ocorrendo uma redução de precipitação. Quando essas precipitações acontecem, elas ocorrem em forma de tempestades e precipitações mais intensas são esperadas com maior frequência, o que aumenta o risco de enchentes. Períodos secos ficam mais longos e frequentes, afetando a produção e escoamento no solo e alterando o ciclo hidrológico”, ressaltou.

 

A superintendente também listou como deve ser a linha de atuação dos gestores de recursos hídricos para enfrentar a crise climática. O primeiro passo é fazer um diagnóstico do clima, fazendo um monitoramento do clima presente, análises de estacionariedade (mudança nas séries temporais) e de cenários climáticos oriundos da modelagem da tendência observada, entre outros.

 

O segundo passo é avaliar impactos e estratégicas de adaptação, como análises do impacto do risco climático nos diferentes usuários e de segurança hídrica e definição de estratégias de adaptação.

 

Após o fim da apresentação, os participantes puderam tirar dúvidas sobre o conteúdo por meio de perguntas enviadas pelo chat da transmissão ao vivo pelo YouTube.

 

Semana da Água

 

O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema), por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), promove anualmente um evento em celebração ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março. Instituída pela Lei nº 23.491/2019, a Semana da Água tem o objetivo de informar e conscientizar a população sobre a importância dos recursos hídricos para o equilíbrio do meio ambiente e a qualidade de vida, incentivando o consumo consciente e o combate ao desperdício. A programação visa compartilhar experiências e conhecimentos sobre a gestão dos recursos hídricos a partir de diferentes olhares, além de propiciar o diálogo entre especialistas e sociedade.

 

A Semana da Água 2024 comemora os 25 anos da promulgação da Lei nº 13.199, que estabeleceu a Política Estadual de Recursos Hídricos no Estado, bem como o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A programação, que teve início nessa segunda-feira (18/3), vai até a próxima sexta (22/3) e pode ser acessada aqui.

Sisema ComCiência

 

O Sisema ComCiência é um projeto do Sisema, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e teve início em novembro de 2020. A iniciativa, realizada mensalmente, visa a divulgação de trabalhos científicos de relevância para o meio ambiente no estado com convidados escolhidos para apresentar resultados de pesquisas científicas e acadêmicas importantes para a área ambiental de Minas. Em todos os debates há um momento para que, quem está assistindo às palestras, possa esclarecer dúvidas e curiosidades. FONTE: Matheus Adler Ascom/Sisema

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